Amoda de cada um

04/12/2012 17:42

 

A moda de cada um

 

 
Além de saber tudo sobre cabelo crespo, Ricardo Cassolari é consultor da Natura e líder de um verdadeiro clã de cabeleireiros. Aqui ele fala de tendências, sem nunca perder de vista a realidade do país. "Mais do que aderir à moda do exterior ou ao corte e à cor de uma celebridade, o brasileiro precisa respeitar seu tipo físico e seu estilo de vida."

O que está em alta neste inverno?
Não há uma moda única porque a brasileira gosta de variar sempre. Mas a tendência aponta para cortes com franja arredondada e fios desconectados. Os curtos estão com mais movimento, balanço, porque a mulher está em busca de feminilidade. Por conta disso, os curtíssimos estão em baixa. Embora elas gostem muito do louro e dos dourados, o destaque, agora, é o jogo de marrons, com a técnica tom sobre tom. Para quem gosta de usar uma cor mais escura no inverno, sugiro as nuances de café, vermelho e terra. As privilegiadas são as de pele clara, que podem brincar com muitas tonalidades. 

E quais as tendências para os homens?
É praticamente uma releitura do universo feminino. Os cortes têm movimento, a franja é curta com fios mais longos jogados por cima e os desconectados estão com tudo. Os jovens preferem franja de lado, fios do comprimento e da nuca desfiados. Acabou a rigidez do cabelo certinho. 

Está na moda homem com mecha?
O aspecto natural é o que dita a tendência para homens, sem contrastes. Por exemplo, pontas suavemente mais claras, imitando o queimado do sol. Com muito atraso em relação à Europa, os brasileiros começam a aderir à coloração, sem se preocupar se afeta ou não a masculinidade. Nos anos 70, isso já era comum no velho continente. Eu, particularmente, acredito que o homem deveria assumir que está grisalho. Veja o técnico de futebol Leão ou o estilista Armani. Considero os dois muito charmosos com seus fios brancos. 

Os brasileiros, então, não aderem facilmente à moda do exterior?
Um percentual muito pequeno de pessoas aceita as ousadias da moda que vem de fora. São mundos muito diferentes, com personalidades e natureza específicas. Sempre é necessária uma adaptação. 

Qual a sua avaliação sobre a indústria de cosméticos no Brasil?
Está fantástica. Os produtos são muito bons e facilitam cada vez mais a vida, tanto do profissional quanto do consumidor. De 15 anos para cá o profissional tem mais acesso à informação e junto com a indústria de cosméticos pode trabalhar bem a imagem da cliente. Somente o cabeleireiro pode dar uma orientação precisa sobre a tonalidade certa para cada um. A miscigenação no país é grande e o tipo físico precisa ser respeitado e valorizado. Por isso que, ao tingir o cabelo em casa, nem sempre se obtém os melhores resultados, embora os produtos sejam muito bons. 

Que orientação você pode dar a seus colegas cabeleireiros?
Que eles ajudem cada cliente a se assumir. No dia-a-dia, ele não conta com ajuda, então é importante que os profissionais respeitem seu gosto, conheçam seu perfil e indiquem um corte e uma coloração que combinem com ela e facilitem sua vida